sábado, 15 de junho de 2013

Tecido Nervoso: Neurônios e Sinapse

    Agora você está iniciando a leitura deste artigo. Você já parou para analisar como isso é possível do ponto de vista biológico? O que está permitindo a você observar essas palavras, processá-las e entendê-las? Saiba que tudo isto está relacionado à intensa atividade do Sistema Nervoso, e que este possui uma estrutura histológica característica. Vamos entender um pouco sobre o tecido nervoso, especificamente sobre o neurônio e a sinapse.
    O Tecido Nervoso está distribuído ao longo do corpo, formando uma rede de comunicações que constitui o Sistema Nervoso. Anatomicamente, o Sistema Nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central, formado por encéfalo e medula espinhal e Sistema Nervoso Periférico, formado por nervos e gânglios nervosos. O tecido nervoso apresenta dois tipos principais de células: neurônios e células da glia.
    Os neurônios possuem uma propriedade chamada de excitabilidade, ou seja, são capazes de responder a estímulos. Esta propriedade é possível graças a modificações do potencial elétrico entre as superfícies interna e externa da membrana celular. Os neurônios possuem uma morfologia complexa, sendo formados por três componentes principais: corpo celular ou pericário, dendritos e axônio.
   O corpo celular possui função receptora e integradora de estímulos. Contém o núcleo do neurônio de formato esférico com cromossomos bastante distendidos. No citoplasma, encontra-se abundante quantidade de retículo endoplasmático rugoso, especialmente nos neurônios motores. Próximo ao núcleo, localiza-se o conjunto cisternas do aparelho de Golgi. Em determinadas regiões do Sistema Nervoso, o corpo celular pode apresentar pigmentos como melanina e lipofuscina.
  Os dendritos são prolongamentos ramificados da célula que ampliam a superfície celular, sendo especializados em receber e integrar impulsos. O citoplasma é semelhante ao do pericário, porém, os dendritos não apresentam aparelho de Golgi. Pequenas projeções dos dendritos, chamadas gêmulas, recebem e processam inicialmente os impulsos nervosos.
  O axônio é uma expansão celular de comprimento e diâmetro variáveis, sendo que cada neurônio possui apenas um único axônio. É uma estrutura especializada na transmissão de impulsos nervosos para outros neurônios ou para outros tipos celulares, como as células de órgãos efetores (musculares e glandulares). O impulso nervoso é sempre transmitido no sentido dendrito – corpo – axônio.
    Vamos observar a representação de um neurônio típico:

 
                             Fonte: http://aendorfina.blogspot.com.br/2011/08/o-neuronio.html.



   Um impulso nervoso é transmitido por meio das sinapses, locais de contato entre os neurônios ou entre os neurônios e outras células efetoras (músculos, glândulas). A sinapse transforma um sinal elétrico em um sinal químico, por meio da liberação de neurotransmissores. A maioria dos neurotransmissores são aminoácidos ou peptídeos, que são sintetizados no corpo do neurônio e armazenados em vesículas sinápticas. Resumidamente, a sinapse consiste das seguintes etapas:
1. A membrana de um neurônio em repouso possui um potencial elétrico negativo do lado interno (em contato com o citoplasma da célula) e carga elétrica positiva do lado externo (voltado para fora da célula). As cargas elétricas estabelecem uma energia elétrica potencial através da membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso (diferença entre as cargas elétricas através da membrana).
2. Quando estimulado, os canais iônicos abrem-se e ocorre influxo de íons Na,  tornando o potencial de repouso positivo (+30 mV). A modificação deste potencial elétrico chama-se potencial de ação.
3. Há o fechamento dos canais de Na e impermeabilidade a este íon. Com a abertura de canais de K, restaura-se o potencial positivo da membrana.
4. O potencial de ação propaga-se ao longo do neurônio. As alterações elétricas abrem canais de sódio vizinhos e em seguida, abrem canais de potássio. Assim, o potencial de membrana propaga-se rapidamente ao longo do axônio.
                             Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/nervoso4.php

5. Quando o impulso nervoso chega a terminação do axônio, são liberados por exocitose os neurotransmissores. Exocitose é o transporte de uma substância do interior da célula par ao meio intracelular. Uma vesícula citoplasmática contendo o material a ser secretado desloca-se para a periferia da célula tocando a membrana plasmática e expulsando o conteúdo do interior da vesícula. A maior parte dos neurotransmissores são peptídeos sintetizados no compartimento pré-sináptico. Os neurotransmissores após serem liberados na fenda sináptica irão combinar-se a proteínas receptoras que irão abrir ou fechar canais iônicos, desencadeando uma cascata molecular na célula pós-sináptica.
6. O neurotransmissor difunde-se através da fenda sináptica e liga-se a receptores da membrana plasmática da célula pós-sináptica, o que irá causar a transmissão do potencial de ação.

Exemplo de sinapse entre axônio e célula muscular. Ao chegar à terminação do axônio, os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica, ligando-se a receptores específicos na célula pós-sináptica (célula muscular).







Vamos observar o vídeo sobre sinapse. Observe que a despolarização do neurônio e a passagem do impulso nervoso. Na fenda sináptica ocorre a liberação de neurotransmissores.



REFERÊNCIAS:

JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

Acadêmicas: Ana Paula Chuproski e Karoline Vinturelli Felício

Corrigido por: Profª Dra. Michelli Dietrich M. Costa

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