CITOESQUELETO
Olá,
colegas!!
Falaremos
hoje sobre um assunto que será abordado em breve nas aulas de Biologia Celular:
o citoesqueleto.
As
células precisam ter seu ambiente interno organizado e interagir com o ambiente
externo. Além disso, precisam ter uma forma definida, algumas migram para
outros locais e, ainda, os componentes celulares precisam ser reorganizados
quando ocorre crescimento ou divisão celular. Todas essas funções são exercidas
pelo citoesqueleto. Também é o citoesqueleto que guia os cromossomos durante a
mitose, divide a célula em duas, direciona o tráfego intracelular de organelas,
dá suporte à membrana plasmática, proporciona motilidade ao espermatozoide e a
contração nas células musculares, entre outras funções ligadas à estrutura da
célula e à sua motilidade.
E
como o citoesqueleto pode ter essa variedade de funções? Isso ocorre graças a
três famílias de moléculas proteicas. Estas moléculas se associam para formar
três tipos de filamentos principais, os quais possuem características em comum,
porém funções e propriedades distintas. Os três tipos de filamentos devem atuar
em conjunto para fornecer às células resistência, forma e capacidade de
locomoção.
Componentes
do citoesqueleto, suas funções e características:
- Filamentos intermediários: proporcionam
resistência mecânica. Semelhantes a cabos, são flexíveis, porém resistentes ao
rompimento. Somente estes são estáveis, pois são responsáveis pela sustentação,
e não pelo movimento.
- Microtúbulos: posicionamento de
organelas e direcionamento do transporte intracelular. São tubos ocos, rígidos
e fortes.
- Filamentos de actina: determinam a forma
celular e possibilitam locomoção. São finos e facilmente rompidos.
Os
filamentos intermediários são constituídos de subunidades fibrosas e longas,
enquanto os microtúbulos e os filamentos de actina são compostos de subunidades
globulares compactas (subunidades de tubulinas e subunidades de actina,
respectivamente).
Os
filamentos de actina e os microtúbulos sofrem remodelação constante por
associação e dissociação de suas subunidades, ou seja, perda e adição de
subunidades. Porém estes filamentos necessitam de moléculas acessórias para
funcionar adequadamente. Elas são as proteínas
acessórias, que controlam a montagem dos filamenrtos e as proteínas motoras, que convertem a
energia da quebra do ATP em força mecânica, que permite o deslocamento de
vesículas e organelas sobre os filamentos e dos próprios filamentos em si.
MICROTÚBULOS: São
cilindros de 22 a 24 nm formados por dímeros de α e β tubulinas. Os dímeros se
associam formando filamentos (protofilamentos). Cada cilindro é formado por 13 protofilamentos.
Os microtúbulos constantemente se reorganizam: crescem preferencialmente em uma
das extremidades (+) por meio da polimerização dos dímeros de tubulinas e
diminuem na outra extremidade (-) onde predomina a despolimerização. Ou seja, o
crescimento ou encurtamento dos microtúbulos resulta de um desequilíbrio nas
taxas de polimerização/despolimerização.
Os processos de polimerização e despolimerização são
dependentes de cálcio e de proteínas
acessórias chamadas MAPs (proteínas associadas ao microtúbulo). Dois tipos
de proteínas motoras atuam promovendo
o deslocamento de particulas sobre os microtúbulos: dineínas (transportam
substâncias da extremidade + para a extremidade -) e cinesinas (sentido
contrário). Os microtúbulos formam ainda o fuso mitótico, que direciona os
cromossomos nas divisões celulares.
Figura
1:
Esquema mostrando a estrutura do microtúbulo.
Figura
2:
Esquema mostrando a dineína e a cinesina
transportando vesículas, utilizando os microtúbulos como “trilhos”.
FILAMENTOS
DE ACTINA: São constituídos por monômeros globosos (actina
G), os quais formam duas cadeias em espiral, que se enrolam uma sobre a outra,
lembrando dois colares de pérolas, constituindo a estrutura quaternária (actina
F). Estes filamentos possuem de 5 a 9 nm de diâmetro, que se agregam formando
filamentos mais grossos, sendo particularmente abundantes nas celulas
musculares. Forma o córtex celular, uma camada logo abaixo da membrana
plasmática, controlando a forma e os movimentos da superfície da maioria das
células, especialmente das que realizam movimentos amebóides e fagocitose. Os
filamentos de actina podem se associar entre si por meio de proteínas
acessórias entre em suas extremidades ou laterais, mantidas por ligações
não-covalentes fracas, o que facilita a ocorrência de associação e dissociação
de forma rápida. Entretanto, alguns arranjos são estáveis, não sendo
desmontados ou montados dentro da célula, como é o caso daqueles que sustentam
as microvilosidades. As proteínas motoras
associadas à actina são as miosinas, que participam do processo de transporte
intracelular de vesículas e organelas e da contração muscular.
Figura
3:
A: Fotomicrografia de um filamento
de actina. B: esquema da estrutura
molecular do filamento. C: Modelo em
bola da estrutura tridimensional.
Figura 4: Fotomicrografia
de microtúbulos e filamentos de actina em células epiteliais marcados com
fuorocromos (verde e azul, respectivamente).
FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS: Possuem
diâmetro de 8-10 nm. São mais estáveis que os microtúbulos, sendo elementos
estruturais e muito abundantes em células que sofrem atrito, onde se prendem aos
desmossomos. Constituem-se de várias proteínas fibrosas heterogêneas, que
proporcionam estabilidade mecânica a células e tecidos. Todos possuem a mesma
estrutura, sendo constituídos pela agregação de moléculas alongadas dispostas
em três cadeias enroladas em hélice. Sua constituição é tecido-específica:
filamentos de queratina nas células epiteliais, proteínas de neurofilamentos nas
células nervosas, proteína ácida fibrilar da glia nos astrócitos e células de Schwann,
os filamentos de desmina nas células musculares e filamentos de vimentina nos fibroblastos. Por conta desta
tecido-especificidade, é possível determinar, em biópsias e metástases, o
tecido de origem.
Por ora, nosso objetivo é
conhecer, principalmente, os componentes do citoesqueleto. Detalhes a respeito
do seu funcionamento serão abordados em nossa próxima postagem. Bons estudos!
Referências
bibliográficas:
ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula. Porto
Alegre, Artmed, 2010.
APOSTILA DE CITOLOGIA.
Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfk7MAK/67640028-apostila-citologia?part=4>
Acessado em: 05 mai 2013.
CITOESQUELETO. Disponível
em: <http://plasmamemvrani.blogspot.com.br/2010/05/citoesqueleto_31.html>
Acessado em: 05 mai 2013.
CITOESQUELETO. Disponível
em: <http://www.slideshare.net/natfuga/citoesqueleto-7591991>
Acessado em: 05 mai 2013.
MAGALHÃES, F.; COSTA, I.;
FARIA, L. L. Filamentos de actina, miosina e filamentos intermediários. Revista de Biologia e Ciências da Terra.
Vol. 2, n. 2, 2002.
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