MICROTÚBULOS – CÂNCER – BOTÂNICA
Aparentemente
as palavras do título da postagem de hoje não tem a menor relação umas com as
outras! Mas sim, existe relação entre elas. Nas escolas e na universidade, o
conhecimento científico é repassado a nós de forma compartimentalizada: são
ministradas disciplinas de matemática, português, história, física, biologia,
química e geografia. Consequentemente, sem projetos que promovam a
interdisciplinaridade, sem que o professor tenha ao menos um conhecimento
básico de outras disciplinas para além da que ele ministra, torna-se complicado
esclarecer aos alunos que, na realidade, todo o conhecimento está interligado.
Física tem uma relação mais óbvia com a matemática. Porém, por que é tão
difícil reconhecer as relações entre outras disciplinas que estudamos? Por
exemplo: não seria muito mais fácil estudar guerras nas aulas de história
sabendo a localização de países envolvidos, bem como as características
climáticas, de relevo e até mesmo quais as bases da economia de cada um? Agora,
tomemos como exemplo “nossa área”: é impossível compreender o processo da
fotossíntese, entre outros processos biológicos sem conhecimentos de química.
Por sua vez, para estudarmos cientificamente fenômenos biológicos e químicos,
precisamos de descrições qualitativas (se você não domina sua língua materna,
conseguirá expressar o que está vendo de forma correta e compreensível a
qualquer pessoa?) e quantitativas (proporções matemáticas: foi por meio delas
que os estudos genéticos puderam nascer).
Inclusive,
é mais fácil guardar informações à medida em que estabelecemos relações entre
elas. Relacionar algo novo para nós com algo que já estava internalizado em nós
e fazer pontes entre as áreas do conhecimento tornam qualquer aprendizagem mais
significativa. É algo que, por vezes, desaprendemos nos cursinhos
pré-vestibulares: macetes são ensinados para decorar fórmulas de física,
química, matemática. Decorou: ótimo! É uma questão que você pode acertar no
vestibular, mas... de onde “tiraram” esta fórmula? Como os cientistas chegaram
até ela? Que observações fizeram? Precisaram desconstruir algum conceito
prévio? Devemos ter em mente que fórmulas matemáticas não são um aglomerado de
letrinhas que formam palavras ou frases engraçadas: cada letra representa uma
determinada grandeza que estabelece relações com outras – tornando assim
compreensível um determinado fenômeno. Um grande problema é que chegamos à
universidade prontos para decorar, ansiosos para que nossos professores nos
expliquem tudo nos mínimos detalhes, nos dêem os conteúdos todos “mastigados”.
E, na realidade, a universidade é um local onde nós devemos a aprender a
construir nossa autonomia – o professor está lá para nos orientar em nossos
estudos, não para fazer com que o conhecimento “entre” em nossas cabeças por
osmose!
Portanto,
o estilo de nossas postagens mudou. A partir de agora, procuraremos notícias,
documentários, vídeos que se relacionem com o conteúdo aprendido em sala de
aula, para que vocês, calouros, comentem, analisem, concordem ou discordem. Sobretudo,
para que vocês reajam! Se deixarmos que a apatia nos domine, o aprendizado será
comprometido e aquele brilho nos olhos de quando iniciamos o curso
provavelmente vai se apagar. Entretanto, enquanto mantivermos o entusiasmo,
qualquer obstáculo se torna mais fácil de ser transposto.
Este
link contém uma notícia a respeito de uma droga sintética derivada de uma
substância extraída de uma planta do gênero Maytenus. Esta droga é eficaz no
tratamento do câncer de mama em pacientes portadoras de mutação no gene HER-2
(o qual codifica um receptor de sinalização celular: quando alterado, faz com
que as células multipliquem-se descontroladamente, tenham uma maior motilidade
e tornem-se mais invasivas e também tenham sua apoptose suprimida), agindo
sobre os microtúbulos das células câncerosas. Na época, a Food and Drug
Administration (FDA), órgão norte-americano que controla a comercialização de
alimentos e remédios nos Estados Unidos, ainda não tinha aprovado o uso e
distribuição destes remédios, porém em 2012 houve a aprovação. Link: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/12496/ciencia-e-tecnologia/droga-derivada-de-arvore-e-eficaz-contra-forma-letal-de-cancer-de-mama. Os outros links disponíveis nas referências auxiliam na compreensão da notícia.
Após
ler a matéria, convido-os a responder as seguintes perguntas: “Como alterar a
dinâmica dos microtúbulos pode fazer com que as células cancerosas parem de se
multiplicar?”. “O que é apoptose? Quais as consequências de sua supressão em
uma célula?”
Pesquisem!
Aguardo o retorno de vocês. Vamos interagir, pessoal!
Referências
bibliográficas:
ANTINEOPLÁSICOS: Alcalóides da Vinca:
Disponível em: <http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0506/alcvinca/alcvinca_ficheiros/page0008.htm.> Acesso em 18/06/2013.
Droga derivada de árvore é eficaz contra
forma letal de câncer de mama. Disponível em: <http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/12496/ciencia-e-tecnologia/droga-derivada-de-arvore-e-eficaz-contra-forma-letal-de-cancer-de-mama>.
Acesso em 18/06/2013.
MEDIA RELEASE.
Disponível em: <http://www.roche.com/media/media_releases/med-cor-2013-02-22.htm>.
Acesso em 18/06/2013.
SLAMON,
D. et al. Adjuvant Trastuzumab
in HER2-Positive Breast Cancer. The New
England Journal of Medicine. v. 365, p. 1273 – 1283, 2011. Disponível
em:< http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0910383#t=articleResults>
Acesso em 18/06/2013.
Autora: Helena Pistune
Corrigido pela professora Albertina Soares - Biologia Celular
Autora: Helena Pistune
Corrigido pela professora Albertina Soares - Biologia Celular